segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Arena Cia de Artes apresenta POÈMES HARMONIQUES.

Os revolucionários do 14 juillet, os pintores de Montmartre e os intelectuais dos anos 60 fizeram da França um país símbolo da liberdade. Esse anseio libertário, em todos os sentidos e planos das ações humanas, também deixou suas impressões
na produção musical. Gounod, Debussy, Ravel, Saint Saëns e Bizet, são nomes que figuram na constelação dos grandes mestres da música universal, pois dialogam de forma muito íntima com os sentimentos humanos de todas as épocas, traduzindo as sensações de tristeza, alegria, sensualidade, paixão e amor. A Arena Companhia de Artes brinda o público baiano e comemora a abertura da Primavera dos Museus ao som da musique eternelle!

Compartilhem e compareçam, será encantador!

* Concerto Poèmes Harmoniques
* Dia 21 de setembro de 2012 (sexta-feira), às 18h
* Palácio da Aclamação (Campo Grande, Salvador, Bahia)
* ENTRADA FRANCA
 
 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Semeando trovadores

Carlos Fregtman (1989, pp. 20-21)

Nossas palavras já nos traem. Nossos pensamentos se acham esmagados por finalidades, deveres e exigências. A magia não mora mais em nossa existência e alguns optam pela alternativa da loucura. A música parece uma montanha de cassetes numa loja de discos.
Os gregos tinham canções para moer o grão na colheita; os romanos, para fazer o vinho e

tirar a água; os árabes, para tosquiar as ovelhas e tratar dos camelos; os índios americanos, para caçar, amar e morrer. E nós? Quando cantamos? Quando marcamos o ritmo com os pés e as mãos? Onde se acham o êxtase, o transe, o gozoso abandono no swing de uma melodia? 

A música pode transmudar diretamente a nossa vida, modelando-a com suas pulsações. Mesmo não sendo músicos profissionais, converter-nos em músicos pela paz é compreender que a vida é uma sequência rítmica de circuitos interconectados e que a perda do inconsciente jogo com os sons é a perda da espontaneidade e o caminho seguro para a rigidez (sinônimo de morte). A guerra é uma projeção ampliada de nossa diária vida cotidiana, uma expressão exterior do nosso estado interior e o resultado coletivo de atitudes individuais. Transformarmos a nós mesmos é transformar também a causa das guerras. Viver em paz é não criar antagonismos. O canto pacificador surgirá tão somente quando estivermos intimamente em paz.


Todo ato criador implica um desterro da estreita concepção atomista e utilitária imperante, que avalia os atos por sua finalidade.
Muitas vezes tenho tido fantasias nas quais, no ano 2000, não apenas se plantavam árvores aqui e ali, a fim de restaurar o equilíbrio ecológico perdido, como também se “semeavam” trovadores que devolviam a música esquecida aos seres humanos, os quais, junto com a música, haviam perdido a cor de seus olhos e o harmonioso ritmo de seus movimentos.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Álbum: Projeto Música no Palácio.

Que tal curtir a página da Arena no Facebook e conferir as fotos dos nossos concertos? Abaixo, os links para os álbuns:


Dramma Per Música ( 06/06/2012)

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Ave Maria (31/05/2012 | 06/07/2012)

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Cantando o Brasil (27/07/2012)


Cantando o Brasil: programa



Um breve panorama da música de concerto brasileira: A música erudita brasileira nasceu nas igrejas no barroco mineiro e baiano. Ao longo dos séculos, a construção de uma identidade musical genuinamente brasileira ainda é passível de muita discussão, pois a nossa formação musical sofreu larga influência europeia, fruto da opressão colonizadora que o Brasil viveu desde o seu descobrimento até o final do século XIX. 
 Essa vertente da produção musical brasileira por muitos é considerada como o último tesouro ainda por ser descoberto e verdadeiramente explorado da cultura do país. À exceção do célebre Villa-Lobos, e também de Camargo Guarnieri, pouco se conhece a respeito dessa imensa produção musical. Isso se dá tanto nos meios internacionais como, espantosamente, entre os próprios músicos brasileiros, que bastante sabem e executam Mozart, Beethoven e Brahms, mas que pouca informação tem de compositores brasileiros contemporâneos e mesmo de outros períodos.
Somente no século XX, que a música nacionalista brasileira introduziu-se e foi consolidada. Nessa época, nomes como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê da Cunha eram ignorados pelas ditas excessivas brasilidades de suas composições e admitia-se Carlos Gomes pelo seu grande sucesso na Europa.
É a partir de Villa-Lobos que o Brasil e o mundo descobrem a música erudita e o país passa, desde então, a produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro, Edino Krieger, Waldemar Henrique e Marlos Nobre são alguns desses expoentes. Esses compositores se debruçaram à pesquisa da música dos índios, das nossas lendas amazônicas e também do ritmo e expressiva música de matriz africana, trazida pelos negros escravizados.
Daí a importância da difusão desse repertório para as grandes massas, pois quando se fala de música brasileira, a primeira (e muitas vezes, única) referência que se faz é da MPB como publicou certa feita, o jornalista Irineu Franco Perpétuo: “Para o bem ou para o mal, os intelectuais orgânicos brasileiros, na área de música, são gente como Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Nascimento e não Almeida Prado, Edino Krieger ou Gilberto Mendes, por mais que possamos admirar e respeitar o talento desses compositores”.
A música erudita brasileira é fresca, dotada de elementos únicos, riquíssima e fascinante por ser cosmopolita. Mas mesmo hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música de concerto, apreciadíssima hoje em dia na França, Alemanha e até no Japão, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são como na opinião do professor Koellreutter, "uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos". (Carlos Eduardo Santos)


PROGRAMA

LUA BRANCA - Chiquinha Gonzaga
ACALANTO - Sérgio Bittencourt- Sampaio
NASCENTE - Flávio Venturini/ Mário Antunes arr.: Alexandre Zilahi
RECOMENDAÇÃO - Babi de Oliveira
MELODIA SENTIMENTAL - Heitor Villa Lobos
NHAPOPÉ - Heitor Villa Lobos
FOI BÔTO, SINHÁ - Waldemar Henrique
COBRA GRANDE - Waldemar Henrique
ODEON – Ernesto Nazareth
CANCIONEIRO DE LAMPIÃO, nº 2 (É LAMP, É LAMP É LAMPA) - Marlos Nobre
FUNERAL D’UM REI NAGÔ - Heckel Tavares
XANGÔ - Babi de Oliveira
CANTO PARA YEMANJÁ - Tradição Ketu arr.: Ciro Costa
IEMANJÁ ÔTÔ - Marlos Nobre
ESTRÊLA DO MAR - Marlos Nobre
AMOR EM LÁGRIMAS - Cláudio Santoro
VELEIRO - Sérgio Bittencourt-Sampaio
SERENATA - Alberto Costa
CANÇÃO DO POETA DO SÉCULO XVIII - Heitor Villa Lobos
FIZ DA VIDA UMA CANÇÃO - Waldemar Henrique
UIRAPURU - Waldemar Henrique arr.: Eduardo D. Carvalho