Carlos Fregtman (1989, pp. 20-21)
Nossas palavras já nos traem. Nossos pensamentos se acham esmagados por finalidades, deveres e exigências. A magia não mora mais em nossa existência e alguns optam pela alternativa da loucura. A música parece uma montanha de cassetes numa loja de discos.
Os gregos tinham canções para moer o grão na colheita; os romanos, para fazer o vinho e
tirar a água; os árabes, para tosquiar as ovelhas e tratar dos camelos;
os índios americanos, para caçar, amar e morrer. E nós? Quando
cantamos? Quando marcamos o ritmo com os pés e as mãos? Onde se acham o
êxtase, o transe, o gozoso abandono no swing de uma melodia?
A música pode transmudar diretamente a nossa vida, modelando-a com suas pulsações. Mesmo não sendo músicos profissionais, converter-nos em músicos pela paz é compreender que a vida é uma sequência rítmica de circuitos interconectados e que a perda do inconsciente jogo com os sons é a perda da espontaneidade e o caminho seguro para a rigidez (sinônimo de morte). A guerra é uma projeção ampliada de nossa diária vida cotidiana, uma expressão exterior do nosso estado interior e o resultado coletivo de atitudes individuais. Transformarmos a nós mesmos é transformar também a causa das guerras. Viver em paz é não criar antagonismos. O canto pacificador surgirá tão somente quando estivermos intimamente em paz.
Todo ato criador implica um desterro da estreita concepção atomista e utilitária imperante, que avalia os atos por sua finalidade.
Muitas vezes tenho tido fantasias nas quais, no ano 2000, não apenas se plantavam árvores aqui e ali, a fim de restaurar o equilíbrio ecológico perdido, como também se “semeavam” trovadores que devolviam a música esquecida aos seres humanos, os quais, junto com a música, haviam perdido a cor de seus olhos e o harmonioso ritmo de seus movimentos.
A música pode transmudar diretamente a nossa vida, modelando-a com suas pulsações. Mesmo não sendo músicos profissionais, converter-nos em músicos pela paz é compreender que a vida é uma sequência rítmica de circuitos interconectados e que a perda do inconsciente jogo com os sons é a perda da espontaneidade e o caminho seguro para a rigidez (sinônimo de morte). A guerra é uma projeção ampliada de nossa diária vida cotidiana, uma expressão exterior do nosso estado interior e o resultado coletivo de atitudes individuais. Transformarmos a nós mesmos é transformar também a causa das guerras. Viver em paz é não criar antagonismos. O canto pacificador surgirá tão somente quando estivermos intimamente em paz.
Todo ato criador implica um desterro da estreita concepção atomista e utilitária imperante, que avalia os atos por sua finalidade.
Muitas vezes tenho tido fantasias nas quais, no ano 2000, não apenas se plantavam árvores aqui e ali, a fim de restaurar o equilíbrio ecológico perdido, como também se “semeavam” trovadores que devolviam a música esquecida aos seres humanos, os quais, junto com a música, haviam perdido a cor de seus olhos e o harmonioso ritmo de seus movimentos.
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